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domingo, 30 de março de 2014

Maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos

    
    Mulheres, "quase" todas iguais! Estamos sempre buscando a perfeição, querendo abraçar o mundo. Achamos que somos super mulheres, dessas de novela, dos livros, da nossa imaginação. Uma super mãe, uma super esposa, uma super filha, uma super profissional, uma super dona de casa, que sobre tudo é super bonita, super não, mega. O negócio é não perder tempo, é agarrar todas as oportunidades que aparecerem, mesmo que você nunca tenha pensado sobre elas antes. É achar que você obviamente deveria ter uma hora mais em seu dia e os outros que são fracotes. Férias, ok, desde que possa continuar conectada a internet e inventando mais alguma atividade, de preferência que dê lucro e prove como somos eficientes.
     Sempre me policiei para ter uma rotina de trabalho correta em casa, com horários e até roupa adequada, nada de pijama e pantufa. Descobri um hobby muito prazeroso e quando me dei conta, incluí em minha rotina de trabalho. Mais trabalho! Tive minha pequena, a Marina e pensei que trabalhar em casa seria uma oportunidade incrível de poder cuidar dela, já que nunca me atraiu a ideia de creches e babás. Mas bebês crescem, se locomovem e mexem em tudo. Bom, o apartamento pequeno também parecia muito fácil de deixar arrumado e não custava nada passar uma maquiagenzinha para esperar o marido chegar. Eu podia dar conta, não dizem que mulher sempre consegue fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo?
    Até que um dia as forças se foram, meu corpo inteiro doía, do pescoço ao dedão do pé. Minha mão direita sempre tão parceira para desenhar, cortar, costurar...simplesmente parou de obedecer, a sensibilidade nos dedos estava desaparecendo. Meu olho direito parecia que piscava sem parar e eu que não gosto de ir a médico, estava sentada na sala de espera de um hospital, a meia noite de um sábado.  Achei que estava tendo um a.v.c, essa mania de procurar sintomas no google deixa a gente apavorada. Tive mais meia dúzia de sintomas depois de achar que meu cérebro estava parando. MAS, depois de exames clínicos o diagnóstico: fadiga. 
     Ai a gente para e pensa: passei do limite, hora de botar o pé no freio e lembrar que posso ser normal, não preciso fazer tudo e nem tudo precisa ser perfeito e é assim que a vida é, para todas nós.
   Nessas horas me lembro sempre da Martha Medeiros e como gostaria que ela fosse psicóloga, estaria no divã a cada semana...suas frases sempre cabem na nossa vida, sempre dizem aquilo que ninguém tem coragem de nos dizer, mas que no fundo sabemos que se encaixam para nós:

" Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos."
"...a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato."
"Que tocar na dor do outro exige delicadeza."
"Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais."

     Quem sou eu para dar dica, conselho ou exemplo, mas a quem interessar: desacelere, não se cobre tanto, sinta-se bonita mesmo sem maquiagem, tire uma folga, faça planos para amanhã e não para os próximos cinco anos, aprenda que uma vida bem sucedida não necessariamente tenha a ver com dinheiro e não deixe para conhecer seus limites físicos só quando precisar de atendimento médico, tenha a inteligência de dizer não para si mesma.

"...as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo)." (Martha Medeiros)

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