No feriado de Páscoa viajei para Livramento, cidade natal do meu pai e onde vou desde criança. Como em todas as viagens, fui a Rivera, comprei umas besteirinhas, visitei os parentes que ainda moram na cidade, conheci novos amigos e fiz dois achados incríveis e diferentes do habitual.
Sempre fui apaixonada por uma casa antiga lá de Livramento, ela fica bem no alto, tem uma varanda larga, um jardim estilo família Adams e pé direito digno de um palacete da época.
Mas como casa não é algo que se possa sair comprando uma de cada cor e tamanho, me contento com objetos antigos mesmo. E de tanto olhar o programa Caçadores de Relíquias, no History Channel, toda vez que viajo, fico meio vidrada procurando alguma coisa interessante pra trazer.
E nessa última ida pra Livramento, encontrei na Sarandi, um senhor vendendo objetos antigos na calçada, no estilo "Brique da Redenção" e ele tinha três máquinas de costura antigas e eu SEMPRE quis ter uma. A da minha vó ficou com meu primo, tenho certeza que está bem cuidada, mas eu precisava ter uma minha, ainda mais que me descobri uma ótima aspirante a artesã no mundo da costura.
Olhem a minha filha nova:
Ela está com peças faltando, não funciona, mas já entrei em contato com um arquiteto que coleciona e vai me dar umas dicas de como restaurá-la. A marca é Claridge, mas não achei nada na internet sobre ela. Vai ser uma peça misteriosa e muita charmosa pra usar na decoração do meu ateliê. Eu amei, gostaram também?
E no roteiro nostalgia ainda estava incluída uma visita a chácara onde meu pai nasceu. Fizemos uma caminhada de uns 2 quilômetros pelo menos, em meio ao campo até chegar na floresta que ficava a casa de barro, que infelizmente não existe nem sinal mais. De qualquer forma, foi um passeio emocionante, por meu pai estar junto e contar várias histórias daquele lugar. Também nos acompanharam, o Alex, meus primos e um casal de amigos muito parceiro e animado. Amizade é tudo de bom nessa vida né!


Depois de uma hora caminhando na velocidade de um foguete com medo de cobras e das vacas gigantes que tinham no campo, partimos de carro, para a chácara dos meus primos. Como é bom andar em estrada de chão e curtir a paisagem diferente do interior, faz um bem pra alma enorme, por isso sempre que vou pra lá, não deixo de insistir pra fazer esse passeio tão prazeroso. Ah, a minha prima me deu uma ovelha, rsrs...só disse que eu tenho que pegar ela no campo e levar, esperta ela né, como vou pegar aquele super bicho peludo?!
E ai entra a outra parte da história dos objetos antigos, porque para chegar até a chácara, entramos por outra propriedade, a qual é repleta de cacarecos antigos e atirados pelo pátio. Para alguns parece bagunça, para mim, foi como ir ao shopping center.
Viram essa mesinha, é de uma máquina de costura. Foi o suficiente para eu ficar enlouquecida. O senhor, dono da chácara, foi muito atencioso e comentou que tinha umas 3 ou 4 máquinas de costura. A primeira que ele me mostrou estava dentro de um tonel enferrujado até o último. E a pobre máquina, ali moribunda, me pedindo socorro, tive que atender.
A marca da máquina é Renner, eu nem sabia que havia existido essa linha de produtos, mas pelo pouco que achei na internet, deve ser da década de 50. Essa "senhora" vai precisar de bastante cuidado para se recuperar do tempo que ficou esquecida, mas farei o possível para deixá-la em melhor estado e quem sabe enfeitar outra casa por ai.
Se alguém tiver informações sobre essas peças, de que ano eram, quanto tempo durou a produção, qualquer cosia que eu consiga me aproximar mais da história dela, eu agradeceria.
E esse foi mais um passeio cheio de coisas que adoro, família, amigos, natureza e minhas "antiguidades".