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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Que valor as pessoas dão aos produtos feitos à mão?

     Olá, demorei mas apareci.
    Semana passada fui em um evento sobre empreendedorismo, destaquei pontos positivos e negativos, um pouco de teoria by google mas também questões para refletir sobre nosso posicionamento no mercado. Sei que não existem fórmulas mágicas e que o principal é encarar nossas idéias e colocá-las em prática sem medo. Muitos planos e pouca prática nem sempre são o melhor caminho.
     E refletindo sobre isso, comecei a pensar sobre quem é nosso público alvo, o que ele deseja de nós, o que busca quando chega em um ateliê de produtos feitos à mão, como as pessoas enxergam o artesanato. Será que pagar trinta reais por uma lixeira de carro feita por uma artesã é mais interessante do que pagar quinze reais por outra comprada numa loja que importa da China? Por que as pessoas pagam mais por determinados produtos e menos por outros?
http://olhares.uol.com.br/trabalhos-manuais-foto1135507.html
     
     Precisamos entender essas questões para o nosso negócio evoluir, pois costurar, cortar, pintar, focado em clientes que na verdade não apreciam esse meio tanto assim, só nos fará gastar dinheiro e tempo. Se você pensou: ah mas faço artesanato só por hobby. Ainda assim é necessário investir, logo, você também faz parte dessa conversa.
     Nessa linha de raciocínio, segui o exemplo da palestrante que citei acima e comecei a ver o que poderia achar de interessante sobre esse assunto no google e acreditem, não achei nenhum artigo completo sobre isso, mas encontrei fragmentos interessantes que podem nos auxiliar:

  • "Fazer com que seu cliente se sinta uma pessoa melhor ao dizer a outros que faz negócios com você. Isso se aplica a grandes marcas de carros, jóias, sapatos, relógios ou bairros de uma cidade.
  • Escassez: você pode aumentar a “percepção de escassez” do seu produto? Talvez fazendo uma promoção realmente fantástica por tempo limitado? Limitando somente as primeiras unidades a ganhar um belo brinde junto? Customizando seu produto e tornando-o único? 
  • Venda o sonho: troque o discurso de vendas do clássico “Nosso produto faz isso e aquilo..” por algo com foco no cliente, como “Imagine você não ter que se preocupar com isso e ainda ganhar aquilo”?
  • O que as pessoas desejam: use a linguagem que seu público usa, sempre tragam o público de onde está para uma realidade um nível acima. Deixe seu cliente pensar que você vai conseguir “transportá-lo” para o lugar ou situação onde desejar estar." (http://webinsider.com.br/2009/10/26/como-agregar-valor-ao-vender-um-produto/)

http://www.vendamais.com.br/artigo/51680-valor-agregado-em-vendas.html

    Até aqui, algumas conclusões podem ser extraídas: as pessoas querem se sentir especiais e por isso a sensação de exclusividade as leva para esse status. A exclusividade muitas vezes é tida por marcas menos acessíveis em função de preços, cultura ou local.
    Lendo blogs de lojas virtuais do ramo, vi muitas expressões como: produtos feitos com o coração, com criatividade onde a artesã deposita seus sonhos. Sim, é tudo isso com certeza, mas quantas pessoas você conhece que tem a sensibilidade de assimilar esse sentimento? Poucas imagino. Não quero dizer com isso, que essa habilidade e esse prazer de fazer peças artesanais deva ser substituída por rapidez e frieza. O que quero dizer é que se temos o interesse de atingir um público mais amplo, nosso marketing precisa ser mais dinâmico.
   E ai entra um trechinho de um texto que li e julguei dos mais interessantes, no meu caso, pelo menos:


  • "A especialista conquistou a plateia quando afirmou que é preciso valorizar o tempo e a habilidade exigidos em um trabalho feito à mão e apontou que é preciso fortalecer as ações que aumentem a percepção consciente da importância da etiqueta, da embalagem, do design gráfico. O Sebrae tem feito isso com grande sucesso e acredito que será importante incentivar a organização dos artesãos como empreendedores,afirmou." (http://www.df.agenciasebrae.com.br/noticia/19383723/noticias/design-e-inovacao-como-ferramentas-para-valorizar-o-artesanato/ )



   Me chamou a atenção por que mais uma vez a questão status/marca, aparece e dessa vez diz com todas as letras como ir em direção a esse caminho. A criatividade para virar negócio precisa de um diferencial. Será que o consumidor não pagaria a mais na loja de artesanato que tem uma embalagem mais bacaninha, do que na outra que entrega o produto tão carinhosamente confeccionado, em uma sacolinha plástica? Será que a loja que tem uma iluminação bonita, um perfume suave no ar, não interfere no preço e na compra? Será que uma etiqueta da marca com o mesmo logotipo da sacola, não dá ao consumidor aquela sensação de segurança, de exclusividade, de diferenciado? 





http://www.viladoartesao.com.br/blog/2012/01/como-fazer-uma-embalagem-de-doces-para-lembrancinha-de-festa/

http://casareprasempre.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html

http://taysrocha.blogspot.com.br/2011/11/printables-especial-de-natal-com-tags.html

     Sabemos que no mundo do artesanato existem muitas peças repetidas, mas isso não é um problema, é uma oportunidade. Oportunidade de você mostrar que sua criatividade vai além de escolher um tecido de cor diferente da sua concorrente. Se sua concorrente faz uma bonecos de biscuit para lembrancinhas e você também, o que diferenciar? Crie uma caixinha para embalar seu produto, ou faça um saquinho de tecido transparente, mande um sache perfumado junto, ofereça tags combinando com o boneco, faça carimbos para estampar na embalagem. Se você tem loja virtual, capriche nas fotos, tire oitenta fotos até uma ficar boa mesmo, se for preciso, mude o ângulo, a luz, enfim, faça algo a mais.
Vamos ler mais algumas notas da internet:

  • "A utilização do artesanato como diferenciação social é utilizada principalmente pelas elites, estas querem mostrar um nível de intelectualidade ou “superioridade cultural” em relação aos outros grupos sociais. É preciso ir além das razões de mercado” e fazer apelo a um outro tipo de entendimento, que passa pela compreensão dos gostos, dos comportamentos e dos valores. 
  • A particularidade que relaciona o artesanato com o capitalismo, e mais precisamente com o sistema moda, é o fato de as peças artesanais possuírem um valor econômico e estético. Pois a moda no exercício de suas funções, onde uma delas é aquecer a economia lançando novos ideais estéticos e de valores, se apropria das características intrínsecas ao artesanato para tentar suprir a necessidade do consumidor que é obter um produto singular que marque a sua própria identidade e que o defina em meio ao grupo informando algo a respeito de si mesmo.
(http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/publicacionesdc/vista/detalle_articulo.phpd_libro=16&id_articulo=587)

  E depois de ler bastante coisa, resolvi que algumas perguntas ainda estavam sem resposta. Então, montei um questionário com dúvidas que achei pertinentes ao assunto. Algumas pessoas já responderam e confirmam as teorias tratadas aqui, do "status de exclusividade", da "superioridade cultural" e do "valor estético". As pessoas entendem o significado do feito à mão, mas nem sempre chegam até ele, pois a praticidade das lojas e sua pronta entrega, por exemplo, dominam nosso dia a dia. E aquela almofada que nossa vizinha faz, com tecido bonito, caprichada, bom acabamento, mas sem etiqueta, sem uma embalagem charmosa e marca expressiva, não será concorrência para aquela almofada vendida na loja moderninha do shopping.
   Vejo com tudo isso, que para quem quiser dar o próximo passo, terá que eliminar de vez do seu trabalho, o rótulo de "terapia" e assumir um empreendimento real.
   Quem quiser participar da pesquisa que seguirá mais um tempo para avaliar esse assunto, poderá acessá-la através do link abaixo. São 8 perguntas, rapidinhas de responder:


http://smart.artservices.com.br/blog/tag/ampro

    Vale lembrar que estamos falando do consumo em relação a produtos artesanais. E que a escolha de presentes e peças para nosso uso, obviamente não será sempre por esse tipo de produto. A escolha gira muita mais em torno da ocasião, da personalidade de quem recebe ou compra uma peça, entre outras coisas e não por um segmento fixo. Não saiam dando sempre o mesmo tipo de presente para todo mundo, as pessoas vão ficar enjoadas...hehe. Lembro da minha sobrinha em seu último aniversário, quando abriu o presente que dei: ah eu sabia que ia ser algo de "pano"...hehehe. Ela gostou e usa, mas aquilo que ela disse foi um alerta, fiquemos antenados com o excesso.
    Bom, espero que tenham gostado do tema e quem quiser contribuir com o assunto, faça isso através dos comentários, eles enriquecem nossos post's.



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